quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ALERTA SOBRE GORDURA HIDROGENADA ...

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GORDURA TRANS : o perigo oculto pela alimentação.
adaptado de artigo por Antonio Carlos do Nascimento, médico da USP.
Médico Endocrinologista, Doutor em Endocrinologia e Metabologia pela Faculdade de Medicina da USP, Nascimento tem vários artigos publicados ; a seguir, veja um deles que trata dos efeitos da gordura trans presente nos alimentos.
Por muito tempo, o colesterol foi tido e havido como o mais maldoso vilão na arte de gerar doenças vasculares, com destaque para as coronariopatias.
De fato, quando exageramos na ingestão de gorduras animais [e só tecidos animais produzem colesterol], sobrecarregamos nosso organismo com o famoso agente causador de doença vascular, que está quase sempre assessorado e associado a gorduras saturadas [imaginemos aqui a famosa gordura da picanha] e, dependendo da disposição genética e da insistência no erro alimentar, o capitulo final pode ser mesmo a morte por coronaropatia ou doença vascular cerebral, sem nem citar as fases intermediárias.
Porém, o tempo permitiu a defesa parcial e acadêmica desta substancia, sem a qual nem mesmo existiríamos, já que faz parte da estrutura celular de todas as nossas células.
Na verdade, produzimos 70 % de nosso colesterol circulante, os outros 30 % são oriundos da dieta, e possuímos capacidade de metabolizá-lo, basta que não ultrapassemos o limite individual da ingestão de gorduras animais, para um determinado organismo.
Mas durante os últimos 30 anos não fizemos só controle da ingestão de colesterol e gorduras saturadas, fizemos melhor, as principais fontes destas gorduras foram combatidas de frente, trocamos as gorduras de banha de porco [que nas dietas de 1960 eram vendidas em latas grandes de 1 ou 5 quilos], e a manteiga, pela ‘corretíssima’ gordura vegetal hidrogenada que, em sua forma mais palatável, é conhecida como margarina.
O mais legal é que esta forma de gordura sólida permitiu a produção de alimentos congelados elaborados, que podem ser guardados por muito mais tempo sem apresentar ranço ou piora no sabor.
Ótima também para derreter e fritar batatas e salgadinhos, deixando-os sequinhos e crocantes pois, quando a gordura esfria, volta à forma sólida e da o charme crocante ao produto.
Biscoitos feitos com essa gordura duram muito mais e ficam também muito mais crocantes – e tudo isso com óleo vegetal, só modificado para ficar mais sólido.
Que maravilha, não ?
Pois é, foi ai que erramos ; a gordura vegetal é em sua maior parte líquida, seja óleo de soja, canola, amendoim, milho ou oliva ; ocorre que o contato entre seus átomos de carbono é, em boa porcentagem, feito por ligações atômicas duplas ou triplas, e estas não permitem organização espacial para solidificação.
Colocar qualquer destes óleos vegetais em uma câmara de alta pressão de hidrogênio faz romper as ligações duplas e triplas e, nas valências livres criadas pelo processo, encaixam-se os hidrogênios.
Daí, gordura vegetal hidrogenada.
Muito bom ?
Não, péssimo.
Não temos leitura metabólica para essa estrutura, que nos invade a circulação após a digestão e acessa nossas membranas celulares em todos os sistemas, causando transtornos de toda espécie, incluindo doenças vasculares e transtornos metabólicos.
É até possível – e ai vai um devaneio do autor – que esta verdadeira horda de obesos pelo mundo afora tenha um patrocínio deste tipo danoso de gordura sólida, que vai além dos adendos calóricos.
O conhecimento dos danos causados pela gordura hidrogenada – que é um tipo de gordura trans – vem se acumulando nos últimos anos, com aprendizado suficiente para classificá-la como muito mais prejudicial à saúde que as gorduras animais.
0 consumo máximo permitido deste tipo de gordura é próximo de zero, tais são os malefícios entregues por ela.
E agora, o que fazer no meio de tantos interesses envolvidos ?
Se não sabemos, tem quem saiba.
A prefeitura de Nova York tomou partido cedo, e na cidade que é a “esquina do mundo”, os incomodados que se mudem, e interessados se adaptem pois, a partir de junho de 2007, nada pode ser elaborado com as tais gorduras vegetais hidrogenadas ; mais, a partir de junho de 2008, nada que contenha gordura poderá ser comercializado na ‘grande maçã”.
Já tem muita cidade nos EUA querendo engrossar o coro da cidade da “Broadway”, tomando atitudes semelhantes.
No brasil, a “ANVISA” tomou, em setembro de 2006, a conduta que nos EUA está estabelecida desde janeiro do mesmo ano, e tornou obrigatória a especificação da presença deste tipo de gordura, assim como a sua quantidade, em qualquer produto alimentício comercializado.
Já que sonhar não é [ainda] proibido, e São Paulo em tantos aspectos se assemelha à “capital do mundo”, quem sabe não lideraremos o movimento latino americano para o bem estar vascular ...

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